A energia solar é uma energia inesgotável cujas tecnologias fizeram grande progresso. Paralelamente à crescente implementação de painéis fotovoltaicos na região continental e nos territórios ultramarinos da França, onde a incidência de luz solar propicia essa produção de energia, organizou-se uma cadeia de reciclagem indispensável para a gestão do ciclo de vida dos painéis.
84.000 toneladas de painéis em 2017
A grande escalada do sistema fotovoltaico na França é incontestável: foram 55.000 toneladas de painéis instalados em 2016 contra 84.000 toneladas em 2017. No mesmo período, a Albioma licitava 10 MW, o que reforça o dinamismo do mercado. Estima-se hoje que a duração dos painéis seja de, no mínimo, 30 anos. Um número que ainda por aumentar. Os primeiros modelos produzidos na década de 80 duravam em torno de 25 anos. Estes, juntamente com os painéis defeituosos ou danificados, são os devem ser reciclados nos dias atuais.
Essa reciclagem é regulamentada pela diretiva europeia para resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (DEE), de cumprimento obrigatório. Na França, é a organização ambiental PV Cycle, instituída pelos poderes públicos, que gerencia seus aspectos administrativos e operacionais. Em contato direto com as indústrias, ela oferece centenas de pontos de coleta gratuitos em todo o território e encarrega-se do transporte até as usinas de reciclagem. A associação, que coletou 700 toneladas de painéis cristalinos em 2017, prevê 1.600 toneladas para 2018. Em dez anos, esse número deve alcançar 30.000 toneladas.
A primeira usina de reciclagem de painéis solar é francesa
Por não haver cadeia dedicada, a maior parte dos painéis utilizados na França era enviada para a Bélgica, onde se reciclava apenas o vidro. Atualmente, a reciclagem é feita de forma mais completa na França pela Véolia. Aliás, a empresa venceu uma licitação pública organizada pela PV Cycle e abriu, em julho de 2018, uma usina em Rousset, na região de Bouches-du-Rhône. A equipe promete uma valorização de 90% as 92% dos resíduos. Se incluirmos a valorização energética, esse número sobe para 95%. Essa usina faz o tratamento de painéis em silício, que representam 90% do mercado e a maior parte dos painéis solares utilizados pela Albioma.
Partes recicláveis de um painel solar
A composição desses modelos de painéis é 75% vidro, um material infinitamente reciclável. O mesmo ocorre com o alumínio, presente nas molduras. Contudo, dentro dos painéis, também são encontrados outros materiais que podem ser aproveitados: um filme plástico que pode ser transformado em grânulos (para nova fusão ou para queima na geração de eletricidade), células de silício e condutores elétricos (de alumínio, prata ou cobre). Estes dois últimos elementos são separados mecânica e quimicamente antes de serem fundidos para reutilização posterior. A reciclagem de painéis solares parece ter atualmente uma ótima perspectiva na garantia do futuro de uma cadeia essencial para o surgimento de uma energia renovável sem carbono.