Nossa usina de biomassa Galion 2 marca uma nova etapa na transição energética dos territórios ultramarinos da França. Com 40 MW de potência instalada e produção de eletricidade 100% renovável, ela consegue triplicar a produção de energia elétrica renovável na Martinica, passando de 7% para 22%.
E o melhor, trata-se de uma fonte de energia de base: diferentemente da energia solar e da eólica, que são energias intermitentes por dependerem do vento e da incidência da luz solar, a Galion 2 fornece energia constante e previsível a ponto de garantir estabilidade para a rede. Tudo isso sem lançar mão do carvão, mas utilizando bagaço fornecido pela usina açucareira ao lado, outras biomassas regionais e granulados de madeira oriundos dos Estados Unidos. A Galion 2 é a primeira usina nos territórios ultramarinos franceses a implementar um modelo 100% renovável, garantindo uma redução significativa da pegada de carbono. Tudo isso graças à biomassa.
Biomassa, uma energia 100% renovável
Considera-se biomassa vegetal tudo que pode ser retirado ou explorado do cultivo de plantas: subprodutos da atividade madeireiras, resíduos de produção agrícola etc. Coringa na luta contra as mudanças climáticas, ela contribui para a produção de energia graças à fotossíntese: a quantidade de CO₂ emitida durante a combustão é reabsorvida pelo cultivo da geração seguinte da planta. Assim, a biomassa é renovável, assim como o vento ou o sol.
Chama-se fotossíntese o processo químico pelo qual a planta, sob ação do sol, elabora matérias orgânicas absorvendo CO₂, ou gás carbônico, e reinjetando oxigênio (O₂) na atmosfera.
Produzir o máximo de energia a partir da biomassa disponível na região
Concretização do conhecimento técnico especializado da Albioma na valorização dos resíduos da atividade açucareira, a Galion 2 conta ao máximo com cadeias de biomassas locais e sem conflito de utilização.
Um bom exemplo é o bagaço, resíduo da moagem da cana-de-açúcar. Ele é beneficiado em caldeiras e tem poder calorífico (o calor liberado em sua combustão é suficiente para ser explorado) bem mais elevado que o de diversos combustíveis usados na indústria atualmente. Aliás, ele é um resíduo da atividade agrícola e sua utilização como combustível é uma das destinações mais virtuosas. O ciclo anual de crescimento da cana permite renovar os volumes de bagaço anualmente.
Nossa história
No fim da década de 1980, uma empresa açucareira da Ilha da Reunião entrou em contato conosco para substituir suas caldeiras a vapor obsoletas. Por aumentar o desempenho energético das caldeiras a vapor, o bagaço, até então utilizado pela indústria açucareira para fornecer o calor necessário à sua produção de açúcar, teria o potencial de produzir eletricidade para o território.
“O bagaço já era utilizado pelos produtores de açúcar para produzir calor para a produção. Com nossas instalações, conseguimos dar segurança a essa indústria fornecendo continuamente vapor para a produção de açúcar, mas também para a produção de eletricidade de modo a alimentar a rede EDF.”
Diretor geral adjunto de desenvolvimento e novas carreiras da Albioma
Para ir mais longe nesta iniciativa, enxergamos em nossas usinas a oportunidade de criar e estruturar cadeias locais de produção de biomassas. É o que estamos estudando com a recuperação de uma parte da palha de cana até então deixada totalmente de lado nos campos, mais também com resíduos verdes, restos de podas…
40 funcionários
Esse é o número de empregos diretos criados na usina de biomassa Galion 2, que contribui para a perenização da malha agrícola, econômica, industrial e social da Martinica.
Produção de energia renovável o ano todo
Nossa atividade de geração de eletricidade funciona em simbiose com o território e a atividade industrial açucareira. A usina açucareira nos fornece o bagaço oriundo da moagem da cana-de-açúcar e, em troca, fornecemos calor (em forma de vapor) e eletricidade.
Quando a safra do açúcar chega ao fim, e para continuar produzindo uma energia estável e renovável ao longo de todo o ano, operamos com outros tipos de biomassas vegetais. É a especificidade da Galion 2, primeira central 100 % bagaço/biomassa nos departamentos ultramarinos franceses.
Para tanto, além da biomassa local, utilizamos granulados importados de um país vizinho, os Estados Unidos. Eles são compostos de resíduos de madeira de exploração florestal, moídos de forma fina e posteriormente comprimidos para aumentar sua densidade e otimizar o transporte e o armazenamento. Esses granulados são oriundos de florestas nas quais são implementadas práticas de gestão sustentáveis comprovadas por certificações.
Produção de eletricidade minimizando o impacto ambiental
Como em qualquer usina térmica, há uma caldeira no centro da unidade. Beneficiando-se do bagaço ou de outros combustíveis, ela aquece a água que se transforma em vapor superaquecido. Aumenta-se a pressão da água, que desemboca em uma turbina, cuja rotação aciona um alterador, produzindo a eletricidade.
Para manter no nível mínimo os rejeitos atmosféricos resultantes dessa combustão, a Albioma investe nos dispositivos mais eficientes possíveis em termos de captação de fumaça e partículas finas.
Na usina de biomassa Galion 2, instalamos um sistema de filtragem composto por três níveis: um desempoeirador mecânico, um desempoeirador eletrostático e um filtro de mangas. Um investimento que nos permitir reduzir em 100 vezes o nível de emissões iniciais da usina de açúcar.
“Implementamos as melhores tecnologias disponíveis em termos de tratamento de partículas finas. A usina de açúcar antes de nossa instalação produzia mais de 1.000 mg de partículas por normal metro cúbico de fumaça; a Galion 2 gera de 5 a 10 mg.”
Diretor da Albioma Galion 2
Rumo a uma produção de energia cada vez mais verde
Em um contexto de transição energética, com vistas a minimizar nosso impacto ambiental, dedicamo-nos a explorar soluções alternativas a partir de biomassas locais e importadas, a exemplo do modelo implementado na Galion 2.
Esse lançamento faz parte de um plano mais global: nosso desejo de ampliar a utilização da biomassa em substituição ao carvão, com objetivo de atingir 80% de energia renovável em nossa produção até 2023. Desta forma, continuamos desempenhando um papel essencial no fornecimento de eletricidade em territórios isolados, favorecendo a transição para um mundo com energia mais renovável e, ao mesmo tempo, reestruturando e consolidando as cadeias agrícolas locais.